Mulheres na liderança: desafios, avanços e impacto no setor de manutenção
Pelo corredor técnico, entre o som ritmado das ferramentas e o zumbido dos equipamentos, circula também um novo sinal de mudança: vozes femininas que, cada vez mais, conduzem reuniões, desenham estratégias e coordenam equipes com precisão.
Há alguns anos, era raro ver mulheres assumindo a liderança em operações de manutenção predial. Hoje, esse cenário está mudando. Não por força de discursos prontos, mas por resultados concretos — e por trajetórias que inspiram. A diversidade chegou aos bastidores da infraestrutura predial e, ao invés de causar ruptura, ela vem afinando os sistemas.
Num setor onde todo detalhe importa, onde a gestão precisa ser milimetricamente calculada, a pluralidade de experiências e olhares faz diferença. O caminho ainda é cheio de desafios, mas também é repleto de conquistas. E empresas que entendem isso estão um passo à frente: mais inovadoras, mais ágeis, mais humanas.
A transformação acontece porque é necessário qualidade na liderança, para ampliar possibilidades e fazer com que o setor de facilities e manutenção predial reflita, de fato, o mundo real: múltiplo, diverso e em constante evolução.
O retrato numérico da liderança feminina
Por trás das conquistas individuais, os números revelam um cenário ainda em transformação. Em 2022, apenas 39,3% dos cargos de gerência no Brasil eram ocupados por mulheres, segundo dados do IBGE divulgados no estudo Estatísticas de Gênero no Dia Internacional da Mulher. Esse percentual mostra uma evolução tímida em relação à década anterior — um crescimento de apenas 3,3 pontos percentuais em 10 anos.
O recorte por setor expõe uma concentração feminina em áreas tradicionalmente associadas ao cuidado: saúde (70%) e educação (69,4%) lideram a presença de mulheres em cargos gerenciais. Já em segmentos mais técnicos, como indústria (31%), construção (26,4%), e transporte e armazenagem (21%), a presença feminina é significativamente menor.
No universo da engenharia, o cenário é ainda mais desafiador. De acordo com o CONFEA, somente 20% dos profissionais registrados nos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs) são mulheres, num universo de mais de 1,1 milhão de engenheiros. A disparidade se acentua no setor da construção civil: entre janeiro e abril de 2024, apenas 10% das novas vagas criadas foram preenchidas por mulheres, conforme levantamento divulgado por empresas do setor.
Ainda assim, os dados sinalizam um movimento crescente. Um bom exemplo vem do estudo Panorama Mulheres 2023, feito pela Talenses Group em parceria com o Insper, que mostrou um avanço na presença feminina em cargos de alto escalão: o número de mulheres presidentes de empresas passou de 13% em 2019 para 17% em 2022, enquanto a participação feminina em conselhos saltou de 16% para 21%..
Há outro dado relevante: empresas lideradas por mulheres tendem a implementar mais políticas de apoio à diversidade e inclusão. Durante a pandemia, 50% dessas organizações adotaram ações específicas para empoderar suas colaboradoras, ante 38% nas lideradas por homens.
Os benefícios da presença feminina na gestão de manutenção
Engana-se quem ainda acredita que diversidade é um tema “só” de RH. Quando mulheres ocupam espaços de liderança na manutenção predial, os efeitos se espalham por toda a operação: planejamento mais preciso, equipes mais engajadas e processos com mais fluidez.
1. Olhares diferentes, soluções mais criativas
A presença de mulheres em cargos técnicos e estratégicos adiciona um componente fundamental: diversidade cognitiva. Um estudo publicado pela plataforma Cloverpop demonstrou que equipes diversas tomam decisões melhores em 87% dos casos analisados. Quando há múltiplas perspectivas à mesa, as soluções tendem a ser mais completas e inovadoras — um diferencial importante num setor que exige agilidade e adaptação constante.
2. Ambientes mais inclusivos e colaborativos
A inclusão feminina em áreas historicamente masculinas, como a engenharia e a manutenção, tem efeito direto na cultura organizacional. A presença de lideranças diversas contribui para a redução de comportamentos excludentes, estimula o respeito às diferenças e amplia o espaço para o diálogo — o que impacta diretamente no bem-estar da equipe e na retenção de talentos.
3. Eficiência operacional e melhores resultados
De acordo com o relatório Women in Business and Management: The Business Case for Change, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), empresas com mais mulheres na liderança reportam aumento de até 15% na receita e percebem ganhos em produtividade, inovação e imagem institucional. Os benefícios afetam o core business da organização.
Na prática, a liderança feminina na manutenção contribui com:
- Visão detalhista na análise de indicadores
- Postura preventiva nas rotinas operacionais
- Capacidade de conciliação entre demandas técnicas e humanas
- Tomadas de decisão mais embasadas e participativas.
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Como a Araujo Abreu apoia a diversidade e liderança feminina
A transformação da manutenção predial passa também por quem escolhe, planeja e investe em diversidade de forma prática. Na Araujo Abreu, isso começa por um princípio simples: oportunidade se constrói com competência, não com rótulos.
Monica Luci, gerente de manutenção e serviços, ilustra bem essa lógica. Ela começou sua trajetória enfrentando desafios típicos de quem muda de área: precisou aprender rápido, liderar pessoas com mais experiência técnica e provar seu valor em um ambiente historicamente masculino. E conseguiu. Com constância, conhecimento e posicionamento.
Hoje, Monica reconhece que o setor mudou. A presença feminina, antes vista como exceção, se tornou mais natural nos contratos. “Quando comecei, cheguei a trabalhar em locais onde era a única mulher. Isso tornava o ambiente desconfortável. Hoje, encontrar outras mulheres já é habitual”, conta.
Dentro da Araujo Abreu, não há diferenciação de gênero para crescimento na carreira. A empresa preza pela competência técnica e pela formação como critérios principais para liderança. Monica resume bem essa cultura: “O que vejo é igualdade nas oportunidades. Nunca me senti limitada pelo fato de ser mulher”.
Apesar de não haver ações específicas de equidade de gênero em andamento no momento, o ambiente corporativo valoriza uma postura profissional sólida e investe fortemente na formação técnica, tanto para homens quanto para mulheres. E isso é fundamental: criar uma base justa, onde o crescimento dependa de preparo e entrega, e não de estereótipos.
Monica também deixa um conselho direto para quem está começando: “Busque conhecimento técnico. Não se coloque como vítima. Confie nas suas habilidades e se posicione com segurança.”
Promover esse movimento é também uma responsabilidade das empresas que desejam evoluir. Na Araujo Abreu, esse compromisso já se traduz em trajetórias inspiradoras como a da Monica Luci. E o próximo passo pode começar agora: conheça mais sobre como a Araujo Abreu está moldando um setor mais inclusivo, técnico e pronto para o futuro.